quarta-feira, 26 de setembro de 2007

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Desfile: uma estratégia de marketing

Por Alexandre Manetti*

Logo estaremos nos aproximando dos eventos de Moda em São Paulo, o que me leva a repensar a estratégia adotada por algumas marcas que participam desses eventos, ou ainda, o que algumas marcas fazem nesses eventos?

Esta uma velha indagação pessoal.

Do mesmo jeito que a maioria dos alunos das escolas de Moda querem ser estilistas (mal sabem eles que o mercado pode absorver mais facilmente os profissionais para a estrutura interna empresarial), os novos estilistas querem sempre participar de desfiles, como se este fosse o único objetivo profissional a ser conquistado.

Não estou me referindo a desfiles de formatura ou a desfiles que buscam novos talentos (um ou dois desfiles... depois chega... novos talentos terão que ter a sua chance). Estou me referindo aos eventos que insistem em convidar algumas marcas que não possuem nenhuma estrutura de organização interna empresarial, apesar de inúmeros anos no mercado de Moda e de várias participações nesses eventos.

Algumas marcas parecem existir somente para participar desses eventos... existem para fazer somente desfiles !!!!

Gostaria de chamar a atenção para o fato de que existem marcas que há anos realizam seus desfiles em grandes eventos e, durante todos esses anos, não conseguiram sequer formatar uma estrutura empresarial profissional (estrutura de vendas, de fabricação, de distribuição, de varejo etc.) capaz de promover o exercício de suas atividades empresariais de forma organizada e eficiente.

Todo o dinheiro que poderia ser destinado à contratação dos profissionais de marketing, de vendas, de administração, etc., é direcionado para os desfiles que, neste caso, contribuirão muito pouco para o crescimento da empresa.

Isto é um grande erro estratégico que o mercado não costuma perdoar.

O desfile serve para o estilista mostrar o seu trabalho de Criação e posteriormente os lojistas esperam receber esses produtos para vendê-los aos consumidores.

O mercado além de imagem necessita também de produtos com qualidade, de adequada distribuição, de atendimento de vendas, etc.

Os desfiles são importantes para implantar, reforçar e expandir a imagem de uma marca dentro de um mercado. Implantar não significa ficar 5, 6 ou 7 anos fazendo desfiles e simplesmente desfiles.

É sempre bom lembrar para os novos profissionais que estão entrando no mercado de Moda, as atitudes que podem ser adotadas como "postura profissional":

  1. Existem aqueles que fazem as coisas acontecerem;
  2. Aqueles que acham que fazem as coisas acontecerem;
  3. Aqueles que observam as coisas acontecerem;
  4. Aqueles que se surpreendem quando as coisas acontecem;
  5. Existem aqueles que não sabem o que aconteceu !!!!!!!

Espero que os novos profissionais reflitam sobre essas atitudes e optem ...

Foto: ...Existem aqueles que fazem as coisas acontecerem!

Vendedor ambulante (foto obtida no período de realização da Copa do Mundo de Futebol - 2002)

Alexandre Manetti é consultor de marketing de moda.

Você sabe o que é DEMI-COUTURE?

Por Camila Schvaitzer e Renata Cuono

Com o ressurgimento da originalidade como prioridade fashion, também conhecida por “meia-costura”, a demi-couture mantêm a experiência do raro e do exclusivo que a alta-costura possui. Em tempos de industrialização da moda, o “sob medida” ganha status de luxo absoluto. Além disso, melhora o corpo, já que é modelado de acordo com medidas próprias. Em tempos do culto à magreza, é importante para as pessoas se sentirem mais bonitas dentro de suas roupas. Resumindo, a demi-couture tem a sofisticação da alta-costura (pelo menos três provas no corpo do cliente), mas é vendida diretamente nas lojas. São roupas semi-prontas reservadas para os clientes customizarem (tirar botões, diminuir a gola, aumentar os punhos).

Na Europa, berço da alta-costura, as roupas customizadas estavam um pouco esquecidas, voltando à moda no verão de 2005, quando Prada, Balenciaga e Yves Saint Laurent anunciaram seus investimentos nessa “nova mania”. Outras marcas de vanguarda que fazem a demi-couture são a Bottega Veneta e a Lanvin. As roupas são parcialmente feitas à mão e os preços variam de US$ 10 mil a 100 mil por modelo (menos do que a metade de uma criação de alta-costura). As peças na loja vêm com etiquetas penduradas, sem mistério, como no prêt-à-porter. Apesar do fenômeno da demi-couture ser principalmente parisiense, há criadores de outras capitais da moda adotando essas peças manualmente ornamentadas como os americanos Zac Posen, Proenza Schouler e as irmãs da Rodarte.

Atualmente a alta-costura tem feito um marketing espetacular para sobreviver, vestindo celebridades no red carpet com criações teatrais. Essa postura foge da idéia do novo luxo, que é o refinamento e a raridade e não a ostentação. Já a demi-couture se encaixa nesse perfil, sendo mais elegante do que a própria alta-costura. Essas peças alcançam um nível refinadíssimo de detalhes e acabamento. É a demi-couture, agora, que representa a vanguarda do prêt-à-porter.

A midialização da alta-costura acaba por desvalorizá-la, mas vem da necessidade das marcas de luxo por se promover, já que dependem da venda dos produtos mais acessíveis (em geral acessórios) para continuar em alta no mercado.

O ponto forte da demi-couture é que ela permite que os estilistas demonstrem suas ambições criativas e as habilidades de seus ateliês. Hoje há tanto refinamento no pop que as peças não estão mais tão exclusivas, e com isso a exigência pela exclusividade aumentou. O bom é assistir aos mais belos desfiles e saber que tudo aquilo está à venda, enquanto a alta-costura é um grande espetáculo.

Hoje em dia todos querem ser diferentes, a individualização é uma característica forte da nova era e as pessoas precisam se sentir exclusivas. Sendo a moda uma das formas de expressão que mais revela identidade, a demi-couture não poderia deixar de existir.


Desfile Outono/Inverno 2006 de alta-costura Christian Dior

O luxo não é o oposto da pobreza. É o contrário da vulgaridade.” Gabrielle Chanel

Conexão Bahia-Paris

*Por Aldo Clécius

Otavio Sampaio e Roney George estão aportados no Marcia Carvalho atelieur em Paris na rue de garde n. 2 Garbes Localizado em um bairro histórico que foi revitalizado pela prefeitura da cidade, o Atelieur abriga estilistas do mundo inteiro, focando principalmente em novos designers. Um dos diferenciais para a dupla de criadores baianos é que são os únicos que não residem lá e terão suas coleções comercializadas no local.

A dupla ficou conhecida no além mar, depois que um produtor cultural que atua em Paris espalhou material publicitário da dupla pela cidade. Ao chegar nas mãos de fashioinistas, logo os criadores foram convidados a comercializarem suas roupas lá.

Roney George voltou da França no último dia 10/09 constatando o sucesso comercial: “É interessante como as pessoas na França estão reconhecendo o design brasileiro e valorizando nosso trabalho. Ainda estamos no começo, mas sem dúvidas foi um passo importantíssimo para nós”, comemora ele.

Segundo Otávio Sampaio os pedidos foram desde as roupas conceituais, que eles já conheciam pelo material publicitário, até a linha comercial que inclui t-shirts, saias, jeans, e serigrafia. “A coleção conceitual já viajou toda, são 20 looks inteiramente pintados à mão e tinturados artesanalmente com um tecido 100% brasileiro”, comenta.

A segunda linha é de roupas menos conceituais, mas, com muitos bordados e aplicações nas criações femininas. A masculina é composta por camisas estampadas a mão e outras em silk com imagens do universo popular brasileiro, estampas de xilo sobrepostas com aplicação de cristais e bordados, numa linguagem mais pop.

A dupla Otavio Sampaio e Roney George estreou há três anos atrás no Barra Fashion Bahia com uma coleção inspirada no universo do cangaço e lampião. O sucesso foi tanto que a dupla foi convidada a participar do Innovamoda, em São Paulo. Nessa mesma época nasce a coleção moda praia feita especialmente para uma grife baiana com o título “Sertão & Mar”.

Os biquínis ganharam as estampas de Maria Bonita e as flores típicas do sertão. As sungas também receberam o tratamento semelhante com a valorização da figuras masculinas do cangaço. No ano passado, mais uma vez, a organização do Barra Fashion Bahia convidou a dupla a levar à passarela as novidades do universo popular brasileiro.

A coleção “Cordel do Sol, da Flor e da Lua” mostrou referências da literatura e xilogravura de cordel, imagens de época reconstruídas a partir de estudos de manifestações como as romarias. Foi a forma que os estilistas encontraram de identificar os homens e mulheres do sertão nordestino que têm na religiosidade uma tradição. Estes detalhes foram trazidos para a moda praia.

Atualmente a dupla apresenta suas criações no Dragão Fashion, dentro do salão Talentos Brasil. O Dragão é maior evento de moda do Nordeste e acontece em Fortaleza – CE.

No último Barra Fashion Bahia/ Oi Fashion Tour, a dupla apresentou um look confeccionado a partir do artesanato de Salvador dentro de um desfile temático e foi destaque no evento. Com as criações na capital mundial da moda, a dupla alça novos vôos que prometem trazer bons frutos para estes talentosos criadores. A moda baiana agradece.


Aldo Clécius
é jornalista, correspondente do Moda Brasil na Bahia, concluinte da pós-graduação Moda e Comunicação On Line na Anhembi Morumbi e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Moda da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Biquínis com tchan

Por Roberto Pires *

O verão 2001 será do artesanal fashion. Pelo menos, segundo os prognósticos da Etc&Tal, marca baiana de beachwear que criou uma exuberante e colorida coleção para as mulheres brilharem nos passeios de barco e mergulhos em piscinas e mares privilegiados. Para os dias quentes, ensolarados, os destaques circulam entre o nostálgico fuxico (resgate das vovós), bordados, crochê feito com tiras de Lycra, além de aplicação de cristais e miçangas.

Exemplo bem-sucedido é o biquíni amarelo com flores de PVC e continhas aplicadas na parte de cima. Afinal, este é o ponto de atração. "O busto está em evidência. É o que dá o tchan", ressalta a empresária Ana Paula Garrido, sócia da mãe, Tânia Garrido, na confecção e nas três lojas próprias em Salvador - instaladas nos shopping centers Iguatemi e Barra e uma terceira na rua Marques de Leão, onde funcionam também fábrica e escritório. São 11 anos de praia, fabricando biquínis, maiôs, sungas e acessórios. A empresa agrega 40 funcionários, responsáveis pela produção de seis mil peças mensalmente. Já começam a surgir interessados em franquear a marca, mas este é plano futuro, explica Ana Paula.

Com uma década de experiência, a Etc&Tal é uma marca em evolução nas passarelas baianas. As empresárias têm investido bastante em marketing, que, além de desfiles, inclui ainda folder, mala direta e catálogo eletrônico, enviado por e-mail para clientes cadastrados. O trabalho diferenciado da marca é resultado de pesquisas no exterior e desenvolvimento de estampas exclusivas. No momento, bordadeiras e "fuxiqueiras" trabalham a mil para entregar os pedidos locais e internacionais, oriundos do México, Estados Unidos, Portugal, Espanha e Itália. Ainda tímida, a empresa abre portas para este novo mercado. Ana Paula observa que a Internet facilita muito a comunicação. "Estamos até pensando em criar uma home page", adianta.

Foto: Débora Paes
ETC & TAL
Verão 2001
Foto: Débora Paes
ETC & TAL
Verão 2001

Passarelas da Soterópolis

Flashes nos recentes eventos de moda na cidade: top models nacionais desfilaram ao lado de modelos locais e de "gente do meio" e artistas, como Marcelo Gomes de São Paulo, que fez o make up/hair da modelada. Outra figura convidada, a cantora baiana Rebeca Matta emprestou seu estilo peculiar à camiseta Cavalera no fashion show da Aluminium, loja multimarcas dos descolados de Salvador.

Foto: Débora Paes
Barra Fashion 2000
Foto: Débora Paes
Barra Fashion

Molecada fashion

As tendências da moda infantil também ganham espaço no Shopping Barra. Após a realização do Barra Fashion, em setembro, agora será a vez da Semana Barrinha de Moda, de 5 a 8 de outubro, com o casting local. Mais de 100 crianças vão apresentar, em clima lúdico, as novidades em roupas para a garotada de 3 a 12 anos. A produção de moda dos desfiles é assinada por Suzzi Argolo e Sônia Mota, com participação de alunas da Unifacs: Letícia Diniz, Linda Simões e Fabiana Teixeira. Entre as marcas presentes estão Zip Júnior, Lacoste, Super Kids e Cris & Nanda.

* Roberto Pires é jornalista de moda em Salvador.

Cenário fashion ferve na Bahia com muitas novidades

Por Aldo Clécius*

Moda de mão

Descoladas, modernas e com toques artesanais, as bolsas da grife baiana Intuitif tem tudo para tornarem-se o objeto de desejo do momento. As bolsas que já apareceram em figurinos globais nas novelas “A lua me disse” e “Começar de novo”, além de editorias de moda da revista Cláudia e Manequim, também formam notícia no Moda Brasil.

A coleção verão 2006 intitulada “Flores no meu caminho” buscou inspiração na felicidade sublime do instinto maternal, na beleza das cores, e na poesia das flores, traduzindo o espírito flowers e setentista da moda atual. Divida em três linhas, “Gérberas” com bolsas grandes para o dia-a-dia, “Tulipa” com bolsas pequenas, mais clássicas, feitas com tecidos nobres e matérias sofisticas, e a “Lírios” com estampas e muito bom humor, são o par perfeito para moda mais relax da estação do sol. Para conferir tudo, basta acessar www.intuitif.com.br, e você ainda pode adquiri sua predileta.

Cinderelas do século XX

O livro A HISTÓRIA DO SAPATO NO SÉCULO XX será lançado na loja Just Brasil, em Salvador, no próximo dia 07, às 18:30h, no Shopping Boulevard 161. Na ocasião a fotógrafa e autora Linda Conde, estará autografando o livro.

A obra nasceu de uma extensa pesquisa realizada pela fotógrafa Linda Conde, com introdução do Prof. Antonio Houaiss, produção executiva de Juliana Monteiro, projeto gráfico de Marco Vallada e assessoria cultural de Márcia Kling.

Com mais de 400 fotos inéditas e exclusivas de modelos de sapatos dos anos 10 aos anos 90, inclui as viradas do século e do milênio, e quatro partes temáticas: a arte, o esporte, o folclore e o fetiche. Além disto apresenta celebridades e designers de sapatos que são destaque no mundo inteiro. Item básico para fashionistas e estudiosos de moda. A entrada no evento é gratuita.

Como gente grande

A temporada de moda para os baixinhos soteropolitanos acontece entre os dias 8 e 9 de outubro, no Barrinha Fashion, promovido pelo Shopping Barra. Durante os dois dias, a partir das 15h, oito grifes infantis estarão desfilando suas coleções Primavera/Verão 2005/2006: Lilica e Tigor, Mar Maille, Leoa e Wânia, no sábado, e Brilho do Mar, Lacoste, Riachuelo e C&A, no domingo. No total, cada grife desfilará cerca de 35 looks.

Além dos desfiles das lojas do seu mix, o Shopping Barra ainda reservou uma novidade para o sábado com o desfile Bloco Happy by Estilistas Baianos, no qual os estilistas Luciana Galeão, Fábio Sande, Silas Filgueiras, Tino Filho e as marcas Telúrica, 220 Voltz, customizarão, cada um, dois abadás do bloco infantil.

O Barrinha Fashion tem produção de Soninha Motta e Suzzy Argolo e cenografia de Ivo Gato, que usará elementos que remetem ao Verão, como a passarela com piso de deck de madeira, e as arquibancadas forradas com carpete azul, que lembram o mar.

Encontros da moda

Moda vira ponto de pauta semanal nos encontros que serão promovidos pelo Centro Integrado de Moda Jovanka Nunes (que venderá as grifes dos novos estilistas baianos), no bairro soterapolitano do Rio Vermelho. O primeiro aconteceu no último dia 26, e reuniu os novos talentos baianos da 220 wolts, Telúrica, as coordenadoras dos cursos de moda Virgínia Saback (Unifacs) e Renata Pitombo (FTC) e o coordenador da pós do Senac, Luís Cláudio Rebello.

Num encontro com público bem descontraído, discutiram os eventos de moda da Bahia e a importância das escolas de moda neste contexto. Foram sentidas as ausências dos jornalistas de moda de Salvador e dos diretores de marketing do Barra Fashion e Iguatemi Collection.

Raízes da padronagem dentro da tecelagem Européia

As estampas podem tanto ser aplicadas sobre a superfície dos tecidos como trabalhadas na própria estrutura do mesmo, durante a tecelagem. Dos vários e diferentes métodos de estamparia a técnica de uso de blocos de madeira é a mais antiga. Mais tarde surgiram as estampas utilizando a tela de stencil e os rolos de cobre gravados.

Os fenícios produziram os primeiros tecidos estampados, usando o método de estamparia em blocos e a tecelagem trabalhada em fios de diversas cores formando estampas muito apreciadas pelo mercado. Outro método usado era o stencil, em diferentes estamparias, além de bordados em cores ricas e vibrantes. Na verdade, tecidos estampados apenas passaram a ser utilizados na Europa após o século XVII. Porém, existem exemplos de estamparia utilizando blocos de madeira sobre linho, durante a Idade Média, técnica esta que foi muito provavelmente trazida da Ásia e introduzida pelos romanos na Europa. A Índia era mestra na arte de estamparia sendo que seus produtos superavam, em muito, o trabalho feito pelos Persas e Egípcios.

Estampas usando técnica de serigrafia sobre linho foram escavadas pelos arqueólogos em tumbas egípcias de 8.000 anos. Seda estampada foi encontrada em escavações a leste do Turkistão e Kansu muito provavelmente originárias da dinastia Tang chinesa.

Tartans e Xadrez: estampas geométricas fazem parte da história humana. Na história da moda ocidental, a origem do xadrez pode ser traçada até a Idade do ferro (700 –50a.C.) no Norte da Europa, mas especificamente nos pântanos da Alemanha e Dinamarca. Pesquisas arqueológicas escavaram vários sacrifícios humanos, nos quais foi possível identificar as padronagens têxteis das roupas das vítimas. Estas se compunham quase exclusivamente de tecidos com padronagem xadrez em fio de lã, tecido 2X2 cruzado (em forma de losango). Os pigmentos de base vegetal davam à cor na lã, naturalmente branca. Um manto encontrado em Thorsberg, Alemanha comprova uma padronagem xadrez combinando 3 tons de azul; já a roupa de uma jovem de Lønne Hede, Dinamarca, compõe-se de saia e blusa em xadrez azul e vermelho com um barrado em xadrez vermelho e branco.

Hoje este xadrez vermelho e branco é conhecido por padronagem "Medevi square" e considerado a marca registrada do xadrez sueco assim como a padronagem xadrez branco e preto é conhecido como “Vichy”.

Já os Tartans, tão famosos símbolos dos clãs escoceses surgiram, com este específico propósito, apenas no século XVIII. A falta de tecnologia indispensável para a imensa quantidade de diferentes combinações de tons que classificam os vários clãs, impossibilitava o tingimento homogêneo do fio, necessário para a confecção da padronagem xadrez complexa dos tartans.

Contudo existe evidência da existência de tartans que datam do século 3 a.C.. Escavações arqueológicas, perto de Falkirk descobriram um jarro de terracota com moedas de prata, no qual um pedaço de pano xadrez, nas cores marrom e branca, fora usado como tampa.


Referencias à tartans ocorrem em vários documentos, pinturas e ilustrações. Uma carta patente em favor de Hector MacLean of Duart, de 1587, garante a concessão de terras em Islay e detalha o pagamento de 60 ells de tecido nas cores branca, preta e verde (as cores do tartan de caça do clã MacLean of Duart).

A palavra Tartan significava, originalmente, “tecido de lã leve” e origina-se do francês tiretaine ou do espanhol tiritana.

Difusão das estampas na Europa

Foi partir do ano 1000, quando Veneza estabeleceu sua posição como porto de difusão de mercadorias entre o Leste e o Oeste que os tecidos estampados começaram a ganhar força na moda européia. De todas as transações comerciais importantes, Veneza dava prioridade à importação de seda e tecidos preciosos, assim como especiarias e gemas do Oriente.

Para os espanhóis dos séculos XIV e XV a seda era muito cobiçada pois refletia uma distinção soberba que os atraia devido a seu temperamento. Por volta do ano 1200 aconteceram várias mudanças importantes, entre elas o fato das cores deixarem de possuir um significado simbólico, deixando de serem usadas com o propósito específico de indicar as diferenças de classes – papel este que passou a ser exercido pelo tecido, no caso a seda, devido ao seu alto valor de mercado.

Surgiu então uma imensa variedade de padrões de estamparia como listras, quadrados axadrezados e figuras.

Diferente da seda, os tecidos comuns eram de cores sólidas. As roupas comuns e de cerimônia eram decoradas com bordados e appliqués formando devices: imagens de objetos, plantas ou animais escolhidos para representar emblemas pessoais como o urso e o cisne sangrento do Duque de Berry.

Apesar do trabalho dos centros têxteis europeus, os tecidos orientais continuavam a exercer forte atração sobre os países ocidentais: musselina de seda e ouro de Mossul; tecidos adamascados, isto é, com padronagem de Damasco e Pérsia; sedas baldacchino decoradas com pequenas figuras; sendo estas encontradas até na Inglaterra; tecidos da Antioquia com pequenos pássaros dourados ou azuis sobre campos vermelhos ou pretos. Os tecidos orientais eram muito apreciados por causa de suas padronagens mas, principalmente, devido a sua perfeição técnica.

Em meados do século XIII, as tecelagens de Regensburg e Colônia demonstravam a influência de certos protótipos de padronagem oriental, que gradualmente foram sendo adaptadas ao gosto europeu, rompendo-se assim um padrão pré-estabelecido. Na Itália, durante o século XIV este fenômeno pôde ser observado com o desaparecimento dos temas animais e divisões arquitetônicas e com o florescimento das estampas de flores cada vez mais estilizadas. A moda dos tecidos de estampas florais se tornou generalizada desenvolvendo-se, especialmente, nas regiões de Genova e Florença.

No século XV os padrões florais assumiram dimensões exageradas, com grandes romãs ou cardos estampados entre linhas sinuosas.

Durante o século XVIII, as padronagens dos tecidos passaram a sofrer a influência das grandes descobertas e viagens de exploração e as importações dos tecidos orientais tornaram-se lugar comum. Cada vez mais começaram a ser encontradas exemplos da flora exótica em padronagem que exibiam flores e frutos desconhecidos na Europa até então. Flores como o crisântemo, acabaram por criar o gosto pelas padronagens florais exóticas. Isto se manteve até o final deste século, quando a moda voltou as suas origens ocidentais, com padronagens mais simples, como margaridas, papoulas e rosas. Durante o século XIX, essas padronagens florais realísticas se mantiveram populares. Entretanto, algumas padronagens florais formais e estilizadas em algodão acetinado foram desenvolvidas durante o período Art Deco. O final do século vinte trouxe um revival do estilo vitoriano de flores em design natural.

Tecidos estampados com flores miúdas, ainda tão comuns nos dias de hoje, surgiram por volta de 1800, nos Estados Unidos, com a adoção das primeiras máquinas de estampar. A empresa Thorp, Siddel and Company, instalava em Philadelphia a primeira dessas máquinas em 1810. Dentro de poucos anos passava a existir uma grande quantidade de empresas de estamparia, mesmo no pequeno estado de Rhode Island. Entre estas, exemplos de tecidos da Allen Print Works, da Clyde Bleachery e da Print Works ainda podem ser encontrados no Museum of American Textile History em North Andover, Massachussets, possibilitando confirmar que a padronagem era de pequenas flores espalhadas por toda a superfície do tecido, que acabou sendo conhecido como “calicoes” ou chita.

pictografia: O motivo pictográfico (nuvens, objetos, paisagens, etc) surgiu em toda sua glória na época medieval. Apresentando cenas de batalhas, caçadas e torneios eram muito apreciados pelos nobres da época com seus ideais românticos e de honra. Continuaram bastante populares durante toda a renascença. Durante o período barroco francês e inglês, as padronagens se tornaram bastante complexas, usando técnicas sofisticadas e cores realistas. Já o estilo rococó, no início do século XVIII produziu um tipo mais informal de padronagem pictográfica, geralmente frívola e extremamente colorida, em seda e algodão, apresentando design em estilo oriental com cenas de paisagens árabe e mourisca. A expansão do comércio além-mar incentivou a moda da padronagem pictográfica, apresentando paisagens e povos nativos como as do Hawai.

A partir de meados do século dezoito estas padronagens voltaram a se tornar menos populares, com a preferência se voltando a cenas mais delicadas, como as imagens dos campos franceses e ingleses.

As padronagens pictoriais adquiriram um tom refrescante no início do século vinte, quando o movimento Art Nouveau introduziu elegantes figuras e plantas alongadas. O movimento Arts and Crafts, entretanto, tornou a explorar um design mais medieval, apresentando formas humanas em meio a fundos florais.

No início do século vinte, os designers modernistas e Art Deco raramente usavam tecidos com padronagens pictográficas. Esse tipo de padronagem sofreu um revival apenas no final do século vinte.

Outro fenômeno importante do final do século XX são as padronagens inspiradas pela arte Manga, os famosos quadrinhos japoneses. À primeira vista estes parecem ser uma versão oriental das histórias em quadrinhos ocidentais. Isto é uma realidade parcial, pois ainda que alguns aspectos do manga tenham sido extraídos do ocidente, uma vez que Osamu Tezuka, o “pai” do manga tenha sido influenciado por Disney e Max Fleisher, sua estrutura básica pode ser encontrada na arte japonesa.

Desde o início do século VII, a cultura japonesa segue os princípios da cosmologia chinesa. Os 5 elementos do fogo, água, terra, madeira e metal, associam-se aos pontos cardeais, as estações do ano e as cores primárias e intermediárias numa fusão de idéias que acabou refletindo-se em um elaborado sistema conhecido por kasane-iro no qual os kimonos passaram a ser usados em camadas de graduação de tons e texturas, com nomes como “camadas azáleas”. As propriedades medicinais dos pigmentos vegetais e o simbolismo inerente nas cores criaram a base de um padrão estabelecido para o uso da moda oriental que progrediram linearmente, seguindo um padrão coerente até a arte manga dos dias de hoje.

Os padrões dos tecidos usados pela corte imperial japonesa eram chamados yüsoko e estes se tornaram os padrões básicos para todas as variações usadas a partir desta época. Os padrões principais do yüsoko apresentavam as seguintes versões: treliças diagonais; losangos, arabescos, vinhas; xadrezes; círculos entrelaçados e medalhões com flores, plantas, pássaros e insetos. As primeiras estampas “livres” apresentavam plantas e animais, reais ou míticos, além de objetos, geralmente agrupados em combinações sazonais ou auspiciosas.

Durante as guerras do período Hei, a situação econômica tornou a indústria têxtil inviável e o Japão voltou-se à China para a obtenção da tão necessária seda, renovando o contato com a dinastia Ming.

A partir de 1544, mercadores europeus introduziram mercadorias estrangeiras em terras japonesas. Entretanto em 1638, a capital do Japão foi transferida para Edo, (hoje Tókio) e promoveu-se uma política de isolacionismo, cortando o Japão das influencias culturais externas. Isto possibilitou um desenvolvimento artístico único, sem influências que culminou, no século 17 no Ukiyo-e ou “imagens do mundo flutuante”. Pode-se dizer que o Ukiyo-e é a expressão primeva da arte Manga. São as estampas feitas com blocos de madeira, criadas durante a estabilidade próspera do Shogunato Tokugawa, que acabou exercendo profunda influência sobre o Impressionismo e Pós-Impressionismo na Europa.

Dentre os trabalhos mais significativos da arte Ukiyo-e destacam-se os de Hishikawa Moronobu (1618-1694) em estampas preto e branco (chimai-e); Suzuki Harunobu (1725-1770) cujo trabalho é associado ao primeiro nishiki, ou estampas policromáticas lembrando brocado; Ando Hiroshige (1797-1858) conhecido por suas ilustrações de viagens; Kitagawa Utamaro (1753-1806) especialista em bijin-ga, “beleza feminina”; Katsushika Hokusai (1760-1849) conhecido por suas dramáticas paisagens marinhas em azul e branco e Utagawa Kuniyoshi (1798-1861) que trabalhava com coloridas cenas de ação apresentando animais e pássaros.

Primavera, flores da moda

Os festivais são famosos e populares em vários locais do mundo. Bastante apreciados por todos, são comuns no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Jasmins, orquídeas e crisântemos, flores das mais variadas espécies e origens, que, numa explosão de perfume e cores, tocam a sensibilidade até dos corações mais empedernidos. Esses festivais, que hoje servem para exaltar a capacidade profissional, o conhecimento técnico, a paciência e o talento de seus cultivadores, possuem raízes que se perdem no tempo.

E assim anunciada, a primavera aparece de súbito, espalhando suas flores, em uma profusão de cores e perfume, à venda em cada esquina. Esta época de renovação inspira estilistas que, com criativas e estilizadas estampas florais, transformam vitrines em templos de adoração à vida que se renova. As várias espécies de flores possuem origens divinas, originando-se do sangue de heróis mortos, das lágrimas de amantes abandonados, de passadas de deuses e de criaturas míticas como fadas e duendes.
Desde os tempos da antiga Roma e mesmo nas culturas pagãs, milhares de anos antes, as primeiras flores da estação possuíam um significado muito mais místico do que podemos imaginar. Não apenas enfeitavam altares de deuses e deusas, como também, por todo o mundo, eram consumidos como delicados quitutes que enriqueciam o sabor dos pratos, acrescentando um toque divino à comida do homem.
Ainda hoje é possível encontrar restaurantes que praticam esta antiga arte milenar, oferecendo a oportunidade de experimentar o delicado sabor de rosas, calêndulas, amores-perfeitos e nastúr-cios, em pratos saborosos e sofisticados. São vários os endereços, em São Paulo, onde é possível provar pratos com pétalas de diversas espécies de flores. São saladas, doces, vinagres aromatizados ou apenas como decoração.
Porém mais que suas origens divinas e qualidades místicas, na realidade era a praticidade de seu uso como linguagem que encantava todos os que com ela estavam familiarizados. São as vozes de azaléias, begônias, cravos e camélias, entre tantas outras flores maravilhosas e coloridas. Dessa maneira, as mensagens poderiam permanecer secretas, sendo uma maneira discreta e sem comprometimentos de transmitir sentimento, caso fossem interceptadas antes de chegarem ao seu destino.Hoje, pouco se sabe sobre esta linguagem perfumada e colorida, mas sempre é bom compreender o que cada uma de nossas flores preferidas está dizendo. Principalmente, ao vestirmos estampas delicadas ou exuberantes, como as quem enfeitam as roupas de mercados de pulgas como o da Praça Benedito Calixto, em São Paulo.

* Patrícia Douat Garcia é pesquisadora da psicodinâmica das cores nas sociedades orientais e no período medieval.

Planeje seu armário

Com oito peças bem escolhidas, você poderá formar várias combinações e parar de sofrer por não ter o que vestir

Boa parte das mulheres já descarregou o guarda-roupa sobre a cama e lamentou não ter roupa, mesmo com um armário repleto de roupas e acessórios. Isso por falta de planejamento e compras inúteis ou por impulso. O resultado é uma quantidade enorme de peças que não combinam entre si ou que não têm a ver com o seu estilo.
Que tal arrumar essa confusão para nunca mais passar dificuldades? Comece pela limpeza, descartando, sem dó ou piedade, tudo aquilo que você não gosta, não serve ou não usou no último ano.

Fórmula mágica
Em seguida, organize as suas roupas em grupos de peças, em que cada um deve ter entre oito e doze itens, todos com possibilidade de coordenação. Com ele, você consegue formar várias combinações.
Dá para aplicar essa "fórmula" a várias ocasiões: grupo de roupas de trabalho, para sair à noite, para o lazer e ideal também na hora de arrumar a mala para viagem. Para conseguir uma seleção de peças eficiente, use, no máximo, quatro ou cinco cores. Uma sugestão é escolher duas neutras e duas vivas. Limitando o número de cores, você conseguirá mais combinações. Além disso, prefira roupas básicas, com linhas simples. Procure harmonizar as cores, os tecidos e as linhas das peças.

A estrutura de um grupo é:
Três peças básicas: uma jaqueta, uma saia e uma calça. O modelo vai depender um pouco da função desse conjunto. É para lazer? Aposte nos jeans e cáquis. Para sair à noite? Calças bem cortadas, de tecidos mais nobres.
Três blusas: o ideal é que uma seja branca, outra de cor forte e a terceira com detalhes ou estampada. É fundamental que elas combinem com as três peças básicas.
Selecione um vestido ou um conjunto de saia e blusa, que é mais versátil. É importante que tenha cor neutra ou com uma estampa leve, linhas simples e que coordene com as outras peças.
Um blazer ou um cardigã de lã que combine com todas as outras peças.
Se você mora em regiões frias, é preciso ter um casaco de ótima qualidade, daqueles que duram por muitos anos.

Atenção
Mantenha cabides e gavetas em ordem.

Dica
Seja mão-aberta ao comprar peças-chave.

Adriana Marmo