No Brasil e no mundo as violências são
consideradas uma grave questão de saúde pública. Ela tem impacto direto
sobre a morbimortalidade da população, repercutindo assim, nos altos
custos sociais, econômicos, familiares e pessoais. Diante da gravidade, o
Ministério da Saúde tem desenvolvido ações de vigilância, promoção da
saúde, prevenção de violências e acidentes, assistência às vítimas.
Além disso, realiza articulações
no sentido de implementar a legislação atual e atuar na formação de
recursos humanos e na avaliação de políticas e programas. Em Uberaba, a
Secretaria Municipal de Saúde conta com o Núcleo de Prevenção a
Violência e Promoção à Saúde e Cultura da Paz.
Segundo
a enfermeira do programa, Cláudia Denise da Silva, o núcleo trabalha em
três vertentes: violência doméstica, urbana e de trânsito. “Embora
tenha estas três ações, ele trabalha com a violência doméstica que tem um vínculo afetivo, que nos preocupa mais. Ele acontece no núcleo familiar, com crianças, mulheres e idosos”, ressalta.
A enfermeira destacou que as mulheres são as maiores vítimas.
No entanto, elas não conseguem denunciar os companheiros, devido a
vários fatores, como dependência do companheiro e também por vergonha.
“Às vezes, as vítimas de violência, não são bem protegidas. Elas procuram a unidade de saúde e não procuram a polícia”, observa.
A enfermeira revela que em 2008
foram registrados 181 casos de violência. Ela considera um índice baixo
comparado com a população de 300 mil habitantes. “No ano seguinte foram
203, isso não significa que aumentou os casos de violência, mas
aconteceu uma sensibilização dos profissionais em notificar os casos”,
destaca.
Os dados são utilizados para a
geração de um mapa. Com isso, pode ser articulado com vários setores da
sociedade, uma maneira de intervir nas causas da violência e assim,
reduzir os índices epidemiológicos.